RESUMOS

 
Sessão Temática: 8. Media e Cultura
Autor:

Victor Manuel Esteves Flores

Instituição:

Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Dados Curriculares:

Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Assistente auxiliar na Univ. Lusófona de Lisboa, com serviço docente em cadeiras como "Artes Comteporâneas" e "Arte, Cultura e Comunicação". Concepção e coordenação de um CD-rom co-produzido pelo "CECL" e "Meios Com" sobre questões da cultura, técnica e mediação.

Título:

Ciber Escultura: a convergência da sensibilidade artificial

Resumo:
 

Escultura virtual, escultura digital ou ciberescultura emergem na actualidade da arte digital como o novo e promissor impacto que a técnica obteve na escultura contemporânea. Sendo a valência tradicional da escultura deduzida do espaço, do factor presença e da sua iminente fisicalidade, o digital vem apresentando-a num suporte que, em última análise, é apenas numérico, matemático e luminoso. Tal articulação digital introduz a escultura no imatérico, no evanescente e na actualização temporal permanente. Consideradas as vantagens que o novo medium traz em termos de libertação para o próprio fazer artístico (ausência da gravidade, da resistência dos sólidos, da dependência dos materiais, etc.), resta-nos uma reflexão em termos das potencialidades interactivas e estéticas deste género, assim como uma análise atenta daquele que parece vir a ser o seu maior aproveitamento: a esteticização do mundo virtual. Cabe-nos cada vez mais o papel de reconhecer a importância da presença da estética (e das suas diferentes artes) na programação de um mundo virtual. A par do sucesso das cibergalerias de escultura digital, das Bienais de escultura virtual (Intersculp, etc.), e das novas técnicas de modelação 3D que se vêm afirmando no abrangente quadro da ciberestética, acresce a necessidade de uma integração do corpo do utilizador neste novo ambiente, e nomeadamente dos seus sentidos através de uma denominada "sensibilidade artificial". Esta sensibilidade artificial que vem sendo prometida pelas vias do tacto e da modelação manual, do sentido de peso, do som, entre outros, vem devolver à escultura uma dimensão extra-visual, prevendo-se com isso uma libertação da sua condição modernista. É neste sentido que esta comunicação pretende também apurar os pontos através dos quais a escultura virtual melhor poderá responder às aspirações da escultura pós-minimalista em termos de processo, duração, anti-forma, interactividade e sinestesia.