RESUMOS

 
Sessão Temática: 2. Teorías e Metodologias
Autor:
João António Marques
Instituição:
Enunciação - Comunicação nas Organizações

Dados Curriculares:

Mestre em Ciências da Comunicação. Dirigente na Administração Local, durante 15 anos. Coordenador nacional do projecto comunitário de análise de recursos humanos "Referencial de Competências" (Janeiro 1996 / Abril 1999). Livro editado sobre o tema. Doutoramento em Sociologia da Comunicação, na área das organizações, em fase de preparação.
Título:
As CIC : métodos e equívocos
Resumo:
 

No conjunto das contribuições teóricas para a construção das Ciências da Comunicação e no âmbito das reflexões metodológicas sobre os instrumentos de análise, a reformulação dos critérios de validade e de cientificidade ou na elaboração de novos paradigmas ou problemáticas, urge reconhecer a existência de evidentes clivagens. Se existem algumas inevitáveis, já que se prendem com os pontos de vista epistemológicos ou filosóficos do investigador, outras surgem com a denominada "questão da disciplinariedade". E, nesta questão, poderemos encontrar três grandes correntes. A primeira, a da monodisciplinariedade, conclui que a especificidade das Ciências da Informação e da Comunicação (CIC) está ligada a um deslocamento da problemática, em relação às ciências existentes. Às CIC, competiria interpelar as outras disciplinas, submetidas às exigências da perfomatividade ou encontrar a sua legitimidade numa deslocação do paradigma clássico de Jakobson da comunicação/transmissão, instaurando uma significação no movimento de trocas entre o destinador e o destinatário, reunindo, assim, a comunicatividade e a comunicabilidade. Para os que consideram as CIC como pluridisciplinares, o que está em causa é a unidade de campo, na confrontação metodológica e na diversificação das perspectivas, se exceptuarmos os que afirmam que a diversidade das aproximações teóricas é um motivo de fecundidade, desde a fenomenologia de Husserl até à psicanálise lacaniana, passando pelas referências obrigatórias da antropologia (Mauss) e da etnologia (Goffman). No prolongamento destas teses, e há outras a sublinhar a localização das CIC no cruzamento de outras ciências, surgem os que apontam para a sua transdisciplinariedade, introduzindo uma dimensão crítica e relevando as determinações políticas e ideológicas que pesam no seu funcionamento.